A inserção do jovem no mercado de trabalho com um curso superior é um tema de extrema relevância que atinge muitos jovens na sociedade contemporânea. Dessa maneira, ter um diploma não é uma garantia de obtenção de um trabalho, pois o mercado já está escasso em diversas áreas de atuação, nesse sentido o papel das instituições de ensino superior é muito importante que tem o objetivo de desenvolver, de oferecer apoio ao estudante e promover a capacidade de um pensamento crítico nos estudantes em relação ao mundo que o cerca promovendo o seu desenvolvimento profissional e pessoal, no qual permite que essas pessoas sejam capazes de procurar o seu próprio espaço para que consigam se realizar. Isto significa, adotar essa medida de pensamento passando a mensagem de que o ensino superior é muito mais do que uma preparação para o mercado tendo em vista que é um processo de crescimento pessoal através do pensar criticamente, no qual serão estudantes preparados a compreenderam os avanços, as necessidades, as transformações e a encontrar respostas criativas e adaptadas às necessidades e desafios que ocorre na sociedade, na política e na tecnologia. (Monteiro, Santos e Gonçalves, 2018).
As expectativas são muito grandes ao acabar o ensino superior e por conta disso, alguns jovens acabam se frustrando por querer ingressar e ter uma estabilidade rápida nesse mercado que é tão escasso e concorrido. Dessa forma, muitos precisam reformular seus projetos de vida, adotando novos caminhos tais como a opção de um novo curso universitário ou de uma pós-graduação, aceitação de um emprego que não tenha uma boa remuneração para obter experiência na profissão, ocupação de um emprego em uma área diferente de sua formação ou a busca de trabalho em outras cidades são contextos em que muitos jovens vem enfrentando após sua graduação (Araújo e Sarriera, 2004).
Segundo o autor Sarriera e Verdin (1996) esse período de transição do término da faculdade para o mercado é crítico para os jovens, pois ocorre algumas complicações como a perda da sua condição de aluno e do apoio da faculdade, perda da influência da família sob a responsabilidade de construir uma identidade própria e a falta de um status de um trabalhador podem gerar sentimentos de impotência, insegurança, apatia e desorganização tendo como resultado um adoecimento caso esse jovem não esteja preparado para essa nova realidade de um cidadão ativo e produtivo.
Faz-se possível entender que o processo de transição dos jovens universitários para o mercado de trabalho alterou-se conforme o passar do tempo, dessa maneira, diferenciando excepcionalmente as transições dos jovens da atualidade e as das gerações anteriores. O indivíduo, então, se encontra em um caminho repleto de incertezas e mudanças necessárias por conta da tecnologia e o avanço das informações (KOVÁCS, 2013).
A tão mencionada transição, que consiste em um marco para a construção da própria identidade, possivelmente proporciona sentimentos de impotência, insegurança, e ansiedade (Melo e Borges, 2007).
Mas então, onde a psicologia poderia se encaixar nesse processo? O ideal é que o psicólogo possa ter a liberdade de auxiliar o indivíduo no desenvolvimento de algumas habilidades antes e durante a transição. Em vista disso, é interessante entender quais são os aspectos comportamentais e contextuais que colaboram positivamente para a transição e entrada desses jovens no mercado de trabalho, e entender os aspectos psicológicos pode complementar esse episódio.
Segundo os autores Chen e Lim (2012), existem quatro fatores que são de extrema importância para essa busca por emprego do jovem: autoeficácia, expectativa, resiliência e otimismo.
Autoeficácia: Descreve a confiança que o indivíduo apresenta em suas próprias capacidades para passar por esse processo.
Expectativa: Associa-se com a esperança que o indivíduo tem ao passar pelo processo.
Resiliência: Consiste na capacidade que o indivíduo apresenta de manter-se em seu estado psíquico equilibrado, ainda que passe por situações de sofrimento e dificuldade.
Otimismo: Representa a capacidade que o indivíduo apresenta de enxergar mais coisas positivas para o futuro.
Esses autores observaram que os indivíduos que apresentavam esses fatores desenvolvidos, adotaram estratégias mais diferentes e eficazes para lidar com a transição. Ou seja, desenvolver essas habilidades pode trazer um melhor resultado nesse processo de transição, além de servir como um recurso de coping, ou melhor, enfrentamento.
Outra possibilidade é a utilização daquilo que a própria instituição de ensino proporciona, ou seja, cursos e treinamentos, além da possibilidade de ter contato com a prática do curso superior ao longo da graduação.
Dessa maneira, faz-se importante nesse processo difícil e necessário que o jovem universitário mantenha uma postura motivada no enfrentamento das dificuldades, e para tanto, a psicologia pode auxiliar com o desenvolvimento de algumas habilidades específicas, além de proporcionar métodos de coping que podem ser eficientes para o processo em questão.
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